LEI 2: NÃO RECLAMAR DAS CIRCUNSTÂNCIAS
Bora para a próxima lei? Não vamos perder tempo, pois “Time is Money” hehehheheheh :D
A definição da palavra “reclamar” é muito clara e não dá margem para outra interpretação. Reclamar é exigir para si, reivindicar e, em outra abordagem, significa também queixar-se, protestar e lamuriar. Infelizmente, existem pessoas que pautam a vida à base de reclamações e cobranças desenfreadas, criando para si uma existência pobre e carente.
Na Bíblia, existem muitos relatos do poder das palavras proferidas pelas pessoas, mas mesmo assim muitos cristãos continuam com uma total imprudência verbal, usando palavras de reclamação e lamúria como uma faca sem empunhadura, que, quanto mais tentam pegar para usar, mais se ferem. Em 1 Coríntios 10:10 está escrito o seguinte: “Que não se lamentem e lamuriem como fazem alguns, pois estes foram destruídos pelas mãos do anjo destruidor. ”
A única coisa real que se consegue com reclamação e lamentação é provar a imperfeição e a incapacidade da outra pessoa, tentando fazer com que quem reclama seja supostamente superior e mais capaz. O que ganha uma mãe apontando e reclamando constante e frequentemente dos erros do filho? Como o filho se sente tendo apenas seus erros apontados? Existe algum ganho nessa situação, a não ser o filho perceber que a mãe é capaz, inteligente e ele exatamente o inverso disso?
O que ganha um funcionário quando o chefe o humilha e frequentemente aponta só suas falhas? Nessa situação, o chefe se lamenta e se vitimiza por causa do funcionário. O chefe culpa o funcionário pela falta de crescimento da empresa, em vez de assumir a responsabilidade pelo que acontece. Como se sente um aluno que nunca recebeu um elogio do professor, apenas reclamações do docente que está cansado de explicar e apenas diz que o aluno não atende às suas expectativas?
Outra, dentre centenas de passagens bíblicas que falam sobre o perigo de proferir palavras contaminadoras, está em Efésios 4:29. Diz assim: “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe (suja, contaminadora), e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem. ” Veja bem, essa passagem nos diz para falar apenas palavras que edifiquem, conforme a necessidade de quem ouve, e não para satisfazer o ego de quem fala.
Certamente a característica mais forte e perigosa da reclamação é a fuga da autorresponsabilidade, é se eximir dos acontecimentos. É olhar o que acontece consigo e ao seu redor como se não tivesse nenhum poder ou influência. É tirar o foco das coisas erradas e indesejadas de si e colocar nos outros ou nas circunstâncias. É se fartar na reclamação, eximindo-se da ação. É sentar e observar o circo pegar fogo em vez de concentrar seus esforços em apagar o incêndio, independentemente de quem o tenha causado. Não existem muitas opções: ou reclamamos e colocamos nossa força e nosso poder no problema ou agimos com nossa atenção e nosso interesse na solução. Qual lhe parece melhor? O caminho que gera resultados positivos ou o caminho inócuo?
Pessoas vitoriosas não perdem tempo reclamando e destacando o problema. Seu precioso tempo é demandado na solução, no foco nas possibilidades, e não nas impossibilidades e nas consequências delas. Quando nos detemos mais nos problemas e nos erros, são essas sementes que vão florescer; o mesmo acontece quando damos atenção às soluções e às possibilidades – e muitas vezes as possibilidades florescem tanto que os problemas se tornam irrelevantes.
Isso não quer dizer que pessoas equilibradas e autorresponsáveis não confrontem os outros com a verdade. Não impede que olhem nos olhos de seu filho e, sem reclamar, digam o que esperam dele e que determinado caminho não será de felicidade, se o filho persistir nos erros. Se o filho não estuda, o pai não precisa ser omisso. Nessa situação, é preciso deixar claro as consequências do problema, e não só estimular e motivar como cobrar um comportamento adequado. Não reclamar não significa se calar diante de um erro ou mau desempenho de um funcionário, fingir que não viu. É fundamental para o sucesso das seis leis que você possa confrontar as pessoas com a verdade, dizer-lhes suas expectativas e o que de fato elas realizaram, falando muito mais de fatos e dados do que de sentimentos e percepções.
Muitas pessoas usam a reclamação como uma forma de chamar a atenção, nem que seja se fazendo de vítima e praticando a autocomiseração.
Um chefe que reclama da sua equipe cria um cenário para tirar a responsabilidade dele, colocando-se como refém da sua equipe quando na verdade ele é o responsável por recrutar, treinar e gerenciar as pessoas.
Da mesma forma, o pai que reclama do comportamento do filho é o mesmo que inicia um processo em que a responsabilidade vai para a criança ou o jovem, esquecendo-se de que foi ele, o pai, que não educou o filho. A criança é fruto ou resultado do que recebeu dos pais e do ambiente proporcionado por eles.
Já as pessoas plenas, realizadas e realizadoras optam por olhar e se deter prioritariamente nos pontos fortes, pois sabem que palavras são sementes adubadas.
Como tudo na vida, a qualidade das palavras proferidas por você é uma opção: serão palavras de crítica e cobrança ou serão elogios e validação? Exerça o livre-arbítrio e fale bem, fale com prudência. Olhe com positividade e clareza as circunstâncias e colha os frutos da intencionalidade das suas ações.”
Vieira, Paulo – O poder da ação: faça sua vida sair do papel / Paulo Vieira – São Paulo: Editora: Gente, 2015.