LEI 5: NÃO JUSTIFICAR SEUS ERROS
“O erro é uma etapa fundamental no processo de aprendizagem, parte integrante do desenvolvimento humano. Se não houver reconhecimento do erro, não haverá aprendizado. E, não havendo aprendizado, não existe mudança.
Quando leio a Bíblia no livro do Gênesis, entendo onde todos os problemas da raça humana começaram. Deus, vendo Adão, solitário no Jardim do Éden, providenciou uma companheira, e da costela de Adão veio Eva. E lá os dois viviam muito bem e felizes com toda a autonomia e a liberdade. No entanto, Deus havia alertado que bem no centro do Jardim do Éden existia uma árvore que produzia o fruto do conhecimento do Bem e do Mal, e que eles dois poderiam comer de todas as frutas menos daquela, pois, se fizessem isso, teriam esse conhecimento e não mais poderiam viver dentro do Jardim.
Passado um tempo, uma astuta serpente abordou Eva e a convidou a experimentar do fruto do conhecimento do Bem e do Mal. Ela inicialmente recusou, mas logo depois caiu na tentação e comeu do fruto. Eva levou o fruto da árvore proibida para Adão, e ele, desobedecendo a Deus, comeu também o fruto.
Tendo visto tudo, Deus questionou Adão e Eva, que estavam escondidos, cobertos por folhas. Deus perguntou a Adão se ele havia comido o fruto da árvore proibida, e ele confessou que havia comido, mas que a culpada era a mulher que o próprio Deus havia posto no Paraíso. Então Deus foi ter com Eva que, tal qual Adão, justificou seu erro dizendo que a responsável pela sua desobediência era a serpente que Deus havia posto no Paraíso.
Resumindo: Adão e Eva não só justificaram seus erros como jogaram a culpa das próprias falhas em Deus. E o desenrolar dessa história, o não se responsabilizar pelos próprios erros e resultados, estamos vendo até hoje.
Muitas pessoas, já debilitadas emocionalmente e acostumadas a ser criticadas e até humilhadas ao errar, foram programadas de modo inconsciente a negar e fugir de seus erros, evitando tanto quanto possível reconhecê-los, evitando olhar para si e, como consequência, evitando se sentir mais uma vez diminuídas e invalidadas.
É compreensível que essas pessoas se sintam assim. Contudo, são elas mesmas as prejudicadas quando não transformam o erro em aprendizado, o que só é possível quando reconhecemos que o erro existe e somos nós os responsáveis por ele. Sem esse processo, não há como evoluirmos, não há como conquistarmos mais.
Para nos livrar desse terrível hábito de sempre fugir da responsabilidade dos nossos erros, é muito importante compreendermos o seguinte pressuposto da comunicação:
“Não existem erros, apenas resultados”.
Pessoas de sucesso trazem esse pressuposto arraigado na vida delas, em suas atitudes. Pessoas realizadas e autorresponsáveis acreditam de verdade que tudo de ruim que acontece a elas não são erros, muito menos fracassos: são efeitos, são apenas resultados. Dessa maneira, podem aprender com eles e sabem que, para não colher os mesmos frutos, basta fazer diferente na próxima vez.
Existe um ditado que afirma: “Loucura é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Todas as pessoas alcançam algum tipo de resultado. Se estou gordo, não preciso entender como frustração ou fracasso; posso entender como o resultado da minha maneira de viver e me alimentar. E, se quero outro resultado, basta mudar, encontrar outra maneira de me ver, viver, alimentar e me exercitar.
Se as vendas neste mês não foram satisfatórias, isso não precisa ser encarado como uma derrota, pois, se fizer isso, ficará debilitado, desmotivado, e provavelmente no mês seguinte será ainda pior. Você pode encarar os resultados fracos como um aprendizado sobre a maneira de não agir em relação às suas vendas no próximo mês. Se você não prospectou novos clientes, mude e faça isso; se você não usou técnicas de vendas, use-as; se sua fisiologia corporal não foi tão atraente, eleve os ombros, crive um belo sorriso no rosto. Enfim, aprenda com tudo e com todos e, a partir do resultado obtido, mude a si mesmo na busca de novos e melhores resultados. ”
Vieira, Paulo – O poder da ação: faça sua vida sair do papel / Paulo Vieira – São Paulo: Editora: Gente, 2015.